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População sênior deve estar particularmente alerta para a doença renal crônica

A Doença Renal Crônica é caracterizada pela perda lenta, progressiva e por vezes irreversível da função renal e é uma patologia que tem um elevado índice de mortalidade precoce. Embora se possa manifestar em qualquer idade, os idosos compõem a faixa etária mais afetada pela doença renal crônica, sendo por isso considerada uma patologia geriátrica.

Tem-se assistido, nos últimos anos, a um incremento das taxas de incidência e prevalência desta doença na população com mais de 65 anos, verificando-se também um aumento da idade média dos doentes a fazer hemodiálise – acima dos 65 anos -, razões que apontam para a necessidade de estar vigilante para o problema junto da população mais envelhecida.

Com o avançar da idade as principais causas que podem provocar insuficiência renal são a nefropatia diabética, a hipertensão arterial, as doenças vasculares, as nefropatias hereditárias e as glomerulonefrites. Mas se estas patologias são a causa da maior prevalência da doença renal crônica nesta faixa etária, também a própria alteração da morfologia, estrutura e funcionalidade do aparelho renal associadas ao envelhecimento, têm uma grande responsabilidade na incidência da doença. A atrofia dos rins consequência de alterações vasculares intra e extra renais, é um sinal da possibilidade de se vir a desenvolver insuficiência renal.
Na generalidade, a população sênior tende a ter maiores níveis de dependência necessitando de um apoio mais constante e mais atento. A precocidade no diagnóstico permitirá atenuar e prevenir os efeitos desta doença garantindo ao idoso melhor qualidade de vida. O doente aprende e entende melhor e com menos
ansiedade porque é que tem de ter alguma restrição alimentar, qual é o benefício da medicação e porque tem de se submeter a alguns procedimentos clínicos, mais agressivos, que eventualmente lhe possam vir a ser infectados.

A ausência sintomática nos primeiros estádios da doença, incentiva ainda mais esta pro atividade e necessidade de estar alerta para a saúde dos rins, principalmente em pacientes com fatores de risco. É fundamental acautelar possíveis alterações a nível da urina. As alterações do débito da urina, a sensação de ardor ao urinar, a presença de sangue ou a dificuldade em urinar, bem como dor ou desconforto na região lombar.

Quando se faz o diagnóstico de doença renal e após terapêutica instituída não se obtém uma cura total o doente fica com uma doença crônica conhecida por doença renal crônica (DRC).Esta doença evolui, a maior parte das vezes, de forma progressiva, mais ou menos lenta, dependendo a progressão da etiologia da doença, da terapêutica e da adesão do doente à mesma. Daí que o acompanhamento do idoso, nesta fase, adquira neste contexto um papel relevante na maneira como ele encara toda a problemática do seu estado de saúde.
Quando o doente atinge o estádio terminal da DRC as opções terapêuticas disponibilizadas para substituir a função renal são a hemodiálise (HD), a forma comumente utilizada, a diálise peritoneal (DP) e o transplante renal.

Uma doença crônica é sempre um fator indutor de apreensão emocional. No idoso, sempre mais fragilizado, a DRC e os tratamentos atualmente disponíveis para manter a vida, habitualmente desconhecidos da população, engendram estados de grande incerteza. Acrescem, ainda, as alterações provocadas na vida quotidiana que provocam naturalmente, nesta faixa etária, estados de ansiedade e mesmo depressivos que requerem por um lado, uma maior acuidade do apoio médico e por outro, um efetivo apoio socio- familiar.

Fonte: Ciência Hoje